segunda-feira, 17 de março de 2008

Cartas de Porto Alegre

Pela primeira vez em Pelotas, recebi correspondência do amigo Paulo Heitor Fernandes. Jurista aposentado, sem muito o que fazer, ele dedica seu tempo ao ócio intelectual. Bom para os leitores do Blog do Capeta. Quase caí para trás de tanta felicidade quando peguei a carta de PHF na mão. Dentre outras curiosidades, PHF escreve de Porto Alegre o texto que transcrevo para o Blog do Capeta:

Fantasia

O ano civil no Brasil só inicia, mesmo, depois do carnaval (isso é sabido e ressabido).

O ano de 2008, ao quanto parece ser, não logrou, ainda, escapar do Momo: Papaguaio (assaltante que se notabilizou por roubos a bancos e a carros fortes) voou, pela quinta fez, do Presídio Albergue, pode? O coronel que declarou ter minguado o policiamento na órla matítima, cujas tarefas continuam sendo prioridades do governo, embora faltem viaturas, armamentos, munição, coletes à prova de balas e não existem presídios em suficiência para abrigar os condenados; Silvinho (ex-tesoureiro, ou secretário?, do PT Nacional) condenado no caso do “Mensalão”, a exemplo do que já acontecera no Rio Grande do Sul (com os implicados em tal processo, no Estado), vai cumprir tarefas (serviços) sociais, isto é, prestar trabalho em ONG (possivelmente nas que, nada obstante “seram não governamentais”, recebem bilhões do governo e não pestam contas).

O Brasil tem mesmo que continuar a carnavalizar tudo, com Lobão no Ministério das Minas e Energias, “motivo de orgulho” para o presidente Lula, com o Ministério da Saúde destribuindo, ao público, camisinhas que rodaram no teste do estouro, com um delegado de polícia que, em São Paulo, ganhou dezessetes vezes na loteria (oigalê, cuera de sorte!, deve ter a lua enfiada no traseiro), com os magnatas do tóxico patrocinando as escolas de samba e botando todo-mundo na aveniada para sambar, mesmo que a Miss Natália Guimarãoes não tenha rebolado.

O Rio Grande do Sul, felizmente, terá uma delegacia de polícia para tratar dos crimes de lavagem de dinheiro. Aqui, pode acontecer de tudo, mas lavagem de dinheiro será reprimida, com especializada própria. Lobão que fique pelo resto do Brasil com seus apagões, aqui, nem com dinheiro lavado, comerá o Chapeuzinho Vermelho, porque tal, como campeonato do Grêmio, é fantasia, em tempo real, só no Beira-Rio.

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