sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Um olhar sobre o carnaval.

Muitas pessoas acabam se sentido verdadeiros alienígenas nessa época de carnaval. É bom tentar compartilhar esse sentimento. Meu jeito de fazer isso é tentar analisar o que acontece. Melhor que ficar reclamando e choramingando pelos cantos.
Uma das maiores sumidades intelectuais da nossa região, o doutor Larry Bola Wizniewsky me chamou a atenção para o fenômeno carnaval: afinal de contas, o que nos leva, aqui, no interior mais interiorano do Rio Grande do Sul, uma terra repleta de descendentes europeus, com sangue totalmente ibérico, pular carnaval como se fossemos um aglomerado de cabras no cio? A resposta pode assustar, mas fica o desafio para uma análise mais otimista (du-vi-do que haja! Mas fica o desafio): paradoxalmente, conflitando com aquilo que podemos pensar em uma análise sem critérios, a depressão faz as pessoas cultuarem o carnaval na roça.
Numa analise superficial, chegaríamos a conclusão de que a festa popular mais movimentada do Brasil não poderia ser motivada por outra coisa, só a alegria poderia ser a alavanca do evento. Todavia, mesmo sem esse fenômeno cultural momesco ser inerente à nossa história, fazemos questão de usá-lo como subterfúgio para as nossas frustrações. Eis porque enchemos a cara de cerveja e a cabeça de vento.
Como eu disse, duvido que possamos pensar com critério e conseguir uma leitura mais otimista da realidade que a apresentada pelo doutor Bola. Ontologicamente ele tem razão, somos seres frustrados com nosso subdesenvolvimento, com nossos fracassos científicos, com nossa dependência do setor primário, com a incapacidade de fazer outra coisa com a soja que não vendê-la aos europeus e asiáticos. Pensar o carnaval etnocentricamente é divertido. Pena que não podemos aprofundar a questão com entes dados as festas, estão, via de regra, bêbados demais para serem compreendidos.
Ou seria eu sóbrio demais para compreender?!

Everton Maciel

3 comentários:

Anônimo disse...

A pergunta que faço é: quando que realmente usamos mascaras, é no carnaval quando literalmente "soltamos a franga" ou no resto do ano quando pousamos de defensores dos bons contumes?

Sem Papel e Tinta disse...

Bueno, controvérisas a parte... bom carnaval a todos... Abraços do Capeta heheheh

Anônimo disse...

Ridículo esse pensamento de somos quase europeus!! Antes de qualquer coisa eu sou brasileiro, e o carnaval faz parte da cultura do meu país.