quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Justiça social: admitir que somos desiguais

Certamente você já ouviu alguma afirmação do tipo: “sou justo por isso trato a todos da mesma forma”; “seria injusto se não desse a este filho o que dei aquele”, e assim por diante. Será que justiça é dar tratamento igualitário aos desiguais ou proporcionar oportunidades a cada um a partir das diferentes necessidades?
São Francisco de Assis – para os católicos ou simplesmente Francisco de Assis para os não católicos – falava da justiça não como estabelecer a igualdade, mas sim em atender a cada um segundo suas necessidades. Visão esta da qual sou adepto. Se fizermos uma análise, por mais superficial que seja, veremos que dar tratamento igual aos desiguais é exatamente o principio da injustiça. Desta forma, quando se fala em justiça social precisamos tirar os olhos do nosso umbigo e perceber que não se trata apenas de uma questão de crescimento econômico como pregam alguns ultra-conservadores.
Dar condições de acesso à comida a quem tem fome, dar direito a estudar em uma universidade a quem não pode pagar e lavar um pouco de conforto a quem não tem, é sim praticar justiça social. Projetos como Bolsa Família, ProUni, cotas para negros e índios em universidades, Luz Para Todos e entre outros, mesmo que tenham seu caráter assistencialista em certos pontos, são e devem ser usados como meios para pratica da justiça social.
O discurso de que todos são iguais e que devem ser tratados da mesma forma é uma tentativa descarada e até cínica de convencer os menos informados de que vivemos num mundo que é justo por natureza. As diferenças entre ricos e pobres, habitantes e uma região e outro, tribos, povos e civilizações sempre existiram e existirão. Isso por si só não é injustiça. Na verdade a injustiça está em não admiti-las e até ignorá-las, ignorando também os que precisam de atenção especial.
Sendo assim por uma questão de justiça cada um e cada grupo social ou étnico deve receber o tratamento e a assistência que precisa. De que lado é mais confortável ficar? Do lado de quem é mais forte discursando que todos são iguais? Mas de que lado é mais justo posicionar-se? Do lado dos mais fracos admitindo suas necessidades? Se você não consegue ficar do lado dos mais necessitados, cuidado: você pode estar com serio problema de falta de coragem.

Jonas Diogo

4 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom falar em dar comida a quem não tem, estudo a quem não pode pagar, mas e quem vai arcar com a conta disso tudo?

Anônimo disse...

Por isso a organização dos estados chama-se União, o imposto arrecadado nos mais ricos serve para ajudar os mais pobres a se desenvolver.É a contribuição de quem pode mais melhoram a vida de quem pode mesnos

Anônimo disse...

Não adianta discusso socialista, o negocio é bota esse povo pra trabalhar e pára de roubar nesse pais. Só com o dinheiro da corrupção dava pra melhor a vida de muita jente

Anônimo disse...

Concordo que devemos dar atenção especial aos mais pobres. Porém acho que não podemos dar o peixe e sim ensinar a pescas seu proprio peixe