quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Estado das coisas - atualizado para fevereiro de 2018

As forças armadas são irrelevantes para a segurança interna de uma nação? Se a resposta para essa pergunta fosse sim, nós, brasileiros, deveríamos avisar o USA para desativar a National Guard. O Reino Unido deveria aposentar definitivamente seu corpo de Home Guard e a França deveria recolher os militares que ainda patrulham áreas nefrálgicas suscetíveis aos ataques terroristas em todo seu território. Às favas com a Garde Nationale! A pergunta não deve ser tão ingênua.

A real demanda que não é respondida no Brasil é: por que não se faz segurança pública integrada com escalonamento de patrulhas para atender cenários específicos de forma preventiva e com o mínimo de estardalhaço possível? A resposta ninguém dá, mas eu aviso: não dá voto.
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A intervenção federal no Rio de Janeiro chega atrasada, errada e sem plano algum. Os militares não só não sabem o que fazer como estaríamos muito melhor atendidos se um corpo de fuzileiros da Rússia resolvesse testar seus parcos conhecimentos de geografia tropical no Morro da Tijuca.

O Rio havia dado passos largos e importantes com as Unidades de Polícia Pacificadora. Jamais tão largos a ponto de convencer alguém que UPP era sinônimo de paz como avisou o próprio secretário da época José Beltrame. O buraco de cidadania não foi superado e a iniciativa se tornou mais um capítulo do corrompido mecanismo de transformar policial bom em bandido ou vítima de bandido; e policial ruim e chefe de polícia em chefe de bandido. Tudo errado.

Quantas pessoas, civis e militares, vamos ver morrer para dar voto ao PMDB? A resposta para isso só vem no fim de 2018.

Que o vulgo pense que milico é alguma resposta isolada para qualquer pergunta que se imagine fazer, eu compreendo. Vulgo é vulgo. O despreparo técnico e material não são capazes de mostrar para o militante de militar o quê é, efetivamente, segurança pública. O vulgo não precisa se perguntar como chega no morro armamento contrabandeado de altíssimo poder de parada. Para o vulgo, pouco importa que aquilo está lá por incompetência do nosso patrulhamento no Oeste e por água e céus. É como se a irresponsabilidade militar latente das fronteiras tivesse como prêmio o controle institucional de um Estado sem controle. Premiamos a incompetência. Exatamente o contrário de meritocracia.

O caso em questão é que isso terminará por destruir o aparelho que deveria ser consertado desde dento. Não há inventário pré-intervenção. Não se saberá o que restará. Não se sabe contra quem é a genericamente chamada 'guerra contra o tráfico' e, mais uma vez, veremos bandidos serem substituídos para dar lugar a outros bandidos. Um desserviço, pois o serviço prestado beneficia outros bandidos e outras quadrilhas, especialmente o PMDB.

Apenas uma onda real de insegurança que atinja o poder central pode acalmar a insegurança das ruas. É preciso levar a guerra que eles fantasiam estarem lutando para dentro de assembleias e casas governamentais. Enquanto a insegurança não atingir governadores de estado, deputados e marajás, qualquer medida é algo com o qual e sem o qual tudo ficará tal e qual.

No mais, todo milico teve ter como chefe uma Rainha e se limitar àquilo que lhe é ensinado sobre geografia, logística e a dependência que devem ter da ração MRE que lhe é servida.

Sem mais, meritíssimo.

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