Toda e qualquer artificialidade política deve ser combatida, mesmo que beneficie todos os envolvidos. Todos! Os salvadores da pátria precisam de erradicação. Seu descontrole é nossa caganeira institucional.
O grande mal-estar da política nacional é a artificialidade das suas proposições centrais. Não somos suficientemente desenvolvidos para discutir o aborto ou a eutanásia. São assuntos impopulares, daqueles que não rendem votos. Nosso regime democrático já foi testado, mas não chegamos a limite nenhum dele, porque não sabemos para onde estamos indo.
Cotas para negros em serviço público.
Democracia participativa através de decreto.
Proibição de comerciais de TV julgados imorais.
Nossa manufatura mental acredita prontamente nisso: queremos um país melhor mesmo que as pessoas continuem podres, ignorantes e meio retardadas. A campanha "somos todos bonitos" não tem fim. Ela obriga que sejamos patriotas há cada quatros anos e reclama continência para o regime que escraviza o indivíduo para o bem-estar da coletividade.
Não é a ditadura da maioria. É a ditadura da ignorância.
Nem cotas, nem democracia participativa, nem censura para a putaria da TV são problemas. O problema é a bandeira da intransigência, essa que embrulha a mortadela podre do açougue chamado Brasil. Queremos ver negros fantasiados de médicos na novela das nove e todos os nossos problemas estarão sendo resolvidos, inclusive o racismo e a desigualdade social. Queremos a mentira da democracia participativa, mesmo que o participante seja um analfabeto, como esses que infestam as ruas em passeatas feministas e black bocs, inúteis de primeira ordem. Nosso sentimento de humanidade se renova com essas pequenas artificialidades e simulacros de democracia. Todos os dias, sentimo-nos mais indignados, mesmo que não tenhamos justificativa para a indignação, antes de inciar o bloco esportivo do Jornal Nacional.
Queremos inventar um país do zero.
Sem mais, meritíssimo.
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