Não posso me sentir orgulhoso de algo que não está ligado a uma ação direta minha. Por exemplo: ter orgulho de acreditar em Deus ou ser ateu é como ter orgulho de ter um pênis. Ou seja: você pode até se sentir bem com isso, mas sair mostrando por aí é ridículo. A internet é o nosso "mostrar por aí" de hoje em dia. São centenas de pessoas expondo seus pênis morais e intelectuais em um ambiente público. É uma nova forma de atentado violento ao pudor. Quer discutir sua crença em Deus? Vá para a sua igreja, tranque-se lá dentro e não perturbe os vizinhos com música alta. Quer discutir o darwinismo? Escreva um artigo acadêmico, e vá para a universidade expor ele. Na plateia, estarão pessoas interessadas em lhe ouvir e apenas elas.

Eu fiz uma prateleira de madeira para meu sobrinho guardar os brinquedos dele. O guri achou bem legal e se sentiu orgulhoso de mim. Eu me senti orgulhoso de ser um bom marceneiro. Mas, se me sentisse orgulhoso de ser homem, heterossexual e ter os cabelos castanhos, poderia não passar de um belo retardado. Precisamos de um orgulho honesto e sincero sobre as coisas que temos controle. Posso me orgulhar do meu sobrinho ter ido bem na prova de matemática, sim. No entanto, se me orgulhasse dele ser bonitinho, ter o cabelo loiro e gostar de menininhas, bastaria carregar uma placa escrito ASNO no pescoço.
As circunstancias não define quem nos somos. E ter orgulho de algo que não podemos alterar é um belo jeito de se mostrar um perfeito idiota.
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