Câmeras, luzes, texto.
A Tentação, de Matthew Chapman (2011), é um filme do ateísmo militante e quase religioso. O herói é um ateu suicida. Algo bastante raro aliás e que chama atenção logo no início do baralho. Na medida em que as cartas vão caindo, a gente vai compreendendo os motivos da tentativa de suicídio. Na outra ponta da corda, está o ator-chorão Terrence Howard. Gosto dele desde Crash, no Limite (2004). Pois não é que o cara parece estar sempre choramingando? Até quando faz cara de mau, tem jeito de frangalhão. Tadinho. Pelo menos dessa vez, faz um papel digno: um corno.
Tentação é um romance bastante inusitado. Na medida do possível, ensina que todo homem sempre será um corno-em-potencial. Mas o filme entende que ninguém vai entender isso. Então, já deixa essa proposta fracassada de lado no começo. O ateu do filme tenta ser convertido por um cristão ultra-mala. Daí, resolve salvar a mulher do cara fazendo o que os crentes só fazem para procriar. Dito e feito. Acaba tentando se suicidar no parapeito de um prédio. Quem é chamado para ajudar, é um policial, também crente, mas não ortodoxo, que acaba de descobrir que seus dois filhos não são seus. Então, imagina o bailado do cusco em procissão.
O final do filme tenta ser surpreendente. Mas não rola. Mais previsível impossível. Mesmo assim, vale a pena assistir. É, definitivamente, uma tentativa ateísta que busca converter cristão ultra-malas. Tentar converter é uma ideia idiota sempre. Mas são tantos filmes cristão feitos para catequizar que acaba valendo a pena assistir esse. Mesmo que seja apenas contrapeso. Definitivamente, apenas uma tentativa de fazer filosofia no cinema. Mas com um roteiro arrumadinho, apesar de superficial.
Sem mais, meritíssimo.
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