Fatalidade é uma palavra reproduzida por ignorantes de toda ordem para identificar coisas que eles não gostariam que acontecessem e não conseguem, ao mesmo tempo, explicar como aconteceram. Fatalidade vem de fate. Quem acredita em fatalidade, precisa acreditar em Deus, pois acredita no destino. Deus tudo sabe. Deus está em todo lugar. Deus tudo pode.
Tanto as noções da existência de um Deus, quanto a da possibilidade de existir um destino inalterável para a vida humana são doenças oriundas da nossa capacidade falha de interpretarmos a realidade. Nosso medo da morte é a fonte de todas essas confusões. Por isso, os crentes tentam compatibilizar as noções de Deus e de destino desde que o mundo é mundo. Para isso eles inventaram outros conceitos que não fazem o menor sentido como o de freewill, liberdade de arbítrio ou liberdade da vontade. Pura conversa fiada. Nada disso tem um sentido prático.
Quando dizemos que temos liberdade de arbítrio tudo que queremos dizer é que um Deus bom não pode ser responsabilizado por coisas más. Nossa estupidez é tanta que preferimos manter o conceito de Deus intacto e redimir o Todo Poderoso dos nossos pecados. Somos nós que pagamos a conta por Deus existir nas nossas cabeças doentias e medrosas. Ele não veio, não vem e não virá nos salvar dos nossos pecados. Nós estamos salvando Ele. Minha culpa, minha máxima culpa. Minha. Minha. Minha.
Não existe fatalidade. Existem tragédias e cretinos responsáveis por elas. Me mostre uma fatalidade e eu lhe mostro um grupo de peritos capaz de explicá-la. Somos displicentes. Somos nossa própria vergonha materializada em leis e burocracias. Nossa culpa não pode ser amortecida ou distribuída. Não podemos repartir nossa culpa com as estrelas.
Fiscalização vencida. Boate lotada e sem condições. Leis irrelevantes. Música ruim e fogos de artifício para compensar a falta de talento. A fatalidade é tão explicável que nem merece esse nome. Ela vem de dentro de nossa incompetência enquanto seres humanos. Somos nosso próprio fracasso, reverberados em vidas mortas.
2 comentários:
exato meu caro.
agora "imagina na copa"
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