Já Anos Incríveis eu via quando era criança, pela TV Cultura. No Brasil, passou no meio da década de 90, com algum atraso, pois a série foi gravada entre 88 e 93. Já disse que a tentativa de reler fatos históricos com 20 anos de diferença é algo interessante. Todo Mundo Odeia o Cris e 70's Show são outros exemplos. Mas não vi nenhum deles com a mesma euforia. Acho que gostei tanto do Kevin Arnold porque eu estava na mesma fase da vida que ele. Soma-se a isso o subúrbio onde nós dois vivíamos, uma vida humilde e muito interesse pelo sexo oposto. Coisas relativamente normais. Além disso a década de 90 foi um momento de transformação para nosso país, com a novidade que chamaram de democracia. Os EUA da transição entre as década de 60 e 70 também passava por transformações alucinadas.
Eles tinham Beatles, nos temos Latino. Eles tinham o homem chegando a lua, nós temos notebooks. Eles tinham uma guerra fria, nós temos gente fria e covarde incapaz de guerrear. No seriado, tudo era subjetivo, mas bem demarcado. Anos Incríveis toca fundo porque fala de um tipo de crescimento e maturação bastante universal que serve tanto para aquele período histórico, quanto para o momento em que foi gravado e, respeitada a distância, também serviria para hoje. Mas, sinceramente, é otimismo demais. Não sei se funcionaria hoje em dia. Tudo é tão diferente com tanta tecnologia à disposição. Nada é subjetivo. Tudo é explícito. Deve ser um inferno ser adolescente hoje. Dei sorte.
Revendo alguns episódios do seriado, lembrei de Buzz Aldrin, o segundo homem a pisar na lua. Ele sentenciou em uma entrevista: "Vocês me prometeram colônias em Marte e me deram Facebook". Afinal, por que não resolvemos nossos problemas?
2 comentários:
"Eles tinham uma guerra fria, nós temos gente fria e covarde incapaz de guerrear". Esse parágrafo todo...bah! Incrível! Fiquei com vontade de conhecer a série.
"Nós temos gente fria e covarde incapaz de guerrear." É uma verdadeira era dos compassivos.
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