Baita texto da Eliane Brum. A moça - ela sempre vai ser uma moça de Ijuí, pra mim - faz uma genealogia sem critério histórico, mas com muito enfoque no peso cultural, do pronome transformado em "vocativo popular" doutor. Doutor é a mãe do Badanha! É a vovozinha, como já disse aqui no blog!
Diz a colunista da Época:
O “doutor” médico e o “doutor” advogado, juiz, promotor, delegado têm cada um suas causas e particularidades na história das mentalidades e dos costumes. Em comum, o doutor médico e o doutor advogado, juiz, promotor, delegado têm algo significativo: a autoridade sobre os corpos. Um pela lei, o outro pela medicina, eles normatizam a vida de todos os outros. Não apenas como representantes de um poder que pertence à instituição e não a eles, mas que a transcende para encarnar na própria pessoa que usa o título.
A propósito, entrevistei a Eliane para o Capeta. Na verdade, acho que a entrevista foi para a rádio. Mas não estou achando o áudio. Então, não tenho certeza. A entrevista foi feita em 2007. Eu era um entrevistador de merda. De lá para cá muita coisa mudou. Não sou mais entrevistador. Só sou de merda.
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