segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Manu Beleza e meu PIU

A deputada federal, musa de qualquer coisa (afinal nunca pode faltar uma musa para qualquer merda que acontece nesse pardieiro) e candidata à prefeitura de Porto Alegre, Manuela D'Ávila está proibida pela Justiça Eleitora de usar a imagem da presidenta Dilma em seus programas de TV, no horário eleitoral pago.

Porrrrrr quê? Porque a presidenta é filiada ao Partido dos Trabalhadores. Simples. Manuela é adversária do PT em Gay Harbor. Qualquer marqueteiro bêbado que monta programas de rádio no meio da biboca sabe que pessoas filiadas aos partidos de coligações adversárias não podem aparecer em programas de TV ou falar nos programas de rádio de seus opositores. O partido fisiologista de Manuela é situação ao Governo Federal. Mas o PT tem candidato próprio em Porto Alegre, Adão Villaverde, outro fisiologista.

Eu posso ajudar na campanha de TV de Manuela. Não sou filiado a partido adversário nenhum. Outras pessoas, mais importantes que eu, também podem colaborar. O PP apoia o PCdoB em Porto Alegre. Por que os marqueteiros da Manuela não colocaram a imagem do Maluff na TV? Ele é filiado ao PP. Bem mais coerente. Maluff também é um ateu com o apoio de cristãos. Manuela disse que o Brasil é um país ecumênico. Mentiu. Um dos meus mais mais caros princípios não me permite apostar previamente na ignorância de ninguém. Então, julgando Manuela instruída, aposto na cretinice da deputada-candidata. O Brasil não é ecumênico, porra nenhuma! Essa palavra não aparece na nossa constituição. Somos um país laico. Pelo menos, em tese. Tem outra tese mais famosa: diz que somos uma democracia. Foda, né?

Fechando o primeiro pastel: se eu sou filiado a um partido não posso aparecer no programa eleitoral da coligação adversária; querendo ou não; gostando ou não. Se eu sou comunista e ateu sou, também, filho da puta, quando busco o apoio de crentes e cristãos. Ou eu caio de quatro na grama e corro o risco de sair pastando, ou sou um canalha. As duas alternativas se excluem.

Preparando outra massa: eu não voto enquanto a democracia desse país for partidária.

Pegando a carne: sou filiado ao Partido do Indivíduo Utilitarista (PIU).

O PIU é um partido com sérias restrições. Não participamos de eleições, muito menos votando. Nossa única campanha é para que as pessoas não cheguem perto de urnas eleitorais enquanto não houver voto em lista aberta no Brasil.

Nosso partido tem por objetivo defender os interesses das minorias. Somos todos a favor das minorias. O importante do nosso partido são as coisas sem importância: sexualidade, cor, sexo ou profissão dos nossos filiados. Isso é importante para outros partidos. Para nós, não. Somos tão a favor das minorias que não nos contentamos em defender um grupo de minorias. Afinal, se está reunido em um grupo, já não é tão minoria assim. Diferente de coletivos, nós, do PIU, defendemos o interesse da menor de todas as minorias, como o próprio nome diz: o indivíduo!

Outra restrição séria no PIU é que seu número de filiados deve ser reduzido. Repito: se defendemos o interesse da menor minoria de todas, não podemos aglutinar muitos interesses. Tudo ficaria muito confuso. Logo, sou o único filiado do PIU. Membro fundador, militante, tesoureiro e presidente vitalício.

Nós, membros do PIU, só falamos no plural porque somos politicamente muito educados. Somos um partido plural e democrático. Sabemos que, no Brasil, existem outros quase 200 milhões de PIUs.

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