segunda-feira, 2 de abril de 2012

Academia, dor e gordos

Fechei hoje, exatamente, uma semana de academia. Sim. Para os que me conheceram com um holiú numa mão, um copo de dreher na outra e tentando acender o fósforo sem largar nenhum dos dois para não correr risco de que algum deles fuja, isso é uma surpresa. Matriculei meu corpinho na academia por um único e exclusivo motivo: estou ficando velho. O maldito metabolismo não segura mais o tranco. Resultado 10kg em dois anos. Minhas costelas já estão todas escondidas por debaixo da graxa e a coisa está ficando feia. O desempenho sexual não regrediu. E isso é importante! Mas, sinto que preciso fazer mais esforço em busca do mesmo resultado. Isso é literalmente foda.

Bueno, seguem minhas impressões gerais sobre a maldita academia.

Gostei do lugar onde estou me exercitando. Tem professor pra todo lado. Alguns eu nem sei que são professores, mas estão lá e orientam muito bem. Não deixam as pessoas fazerem os movimentos errados e isso é mais importante do que eu pensei. Nessa primeira semana, "puxei pouco ferro". Como só quero trocar a barriguinha pela oportunidade de continuar sexualmente ativo, minha atividade principal se resume a me comportar como um hamster, correndo na maldita esteira. Minha principal preocupação nos primeiros dias foi a mais estúpida do mundo: não cair daquela merda de esteira. Vi um gordinho - sempre os gordos! - ficar grudado na parede. Só faltou o instrutor ter que tirar o idiota de lá com uma pá, igual um cartoon da Hanna Barbera. Mas não precisou. Bastou as risadas para fazer o gordinho se animar outra vez. Gordos - malditos - sempre são animados. Por sorte e prudência, eu não caí da malvada esteira. Fui um hamster comportado. Todos os dias entre 35 e 45 minutos de corrida. Caminhada, mesmo, só no primeiro dia. Um pouco para me acostumar, mas, na verdade, mais era medo do aparelho. Prudência. Sempre a prudência.

Nos segundo e terceiro dias eu "puxei ferro". É obrigatório que todo mundo na academia conheça essa gíria idiota. Não sei porquê. Mas tem que saber o que é "puxar ferro"! Que ódio! No final do terceiro dia, meus braços estavam tão doloridos que para passar xampu no cabelo tive que jogar o produto para cima e cabecear ele. Os braços não serviam para nada. Meu peito dói até hoje. Mas nada comparado aquela dor nos braços. Parei de levantar peso por alguns dias. Hoje voltei a puxar ferro e me sinto menos pior. Acho que acostuma. A dor é preguiçosa e a gente sempre acaba vencendo ela por teimosia. Sorte nossa.

Antes de ir acender o cigarro e rechear o copo, para finalizar, uma anedota da academia:

Lá pelas tantas, um instrutor disse para o outro "mete ferro nesse guri aí! Ele não tá aguentando nada!" O gordinho se adiantou: "Calma. Ainda tô todo dolorido de ontem". Sempre os gordos.

Nenhum comentário: