domingo, 29 de janeiro de 2012

Obrigado, confeiteiras inglesas pelo fim da escravidão no Brasil

Você sabia que o maior mentiroso brasileiro é o livro didático de história? Escritos por uma constelação de babacas, lunáticos e ideólogos, os livros didáticos oferecidos às crianças do ensino fundamental e médio começaram a ser revistos há pouco tempo.

Graças as mulheres inglesas da segunda metade do século 19, estamos livres da escravidão. Mesmo sem direito a voto ou vaga na Câmara dos Comuns, grupos de feministas inglesas organizaram boicotes ao açúcar brasileiro. As donas de casa não fizerem mais docinhos. Isso mesmo, boicote, pararam de consumir nosso açúcar, porque não queriam mais produtos produzidos por escravos. O liberalismo inglês é pioneiro em direitos humanos, na teoria e na prática. Na teoria, graças a Bentham e Mill. Na prática, graças as donas de casa e confeiteiras.

Os nossos fabulosos historiadores de butequim cubano só falam em "pressão do mecanismo financeiro inglês". Realmente foi uma pressão tremenda. Panfletos foram distribuídos, importadoras foram fechadas e passeatas foram organizadas. A mentira começa quando se alucina uma segunda parte da história: "colocar os negros no mercado consumidor". Mentira. O Brasil praticamente não importava nada que vinha dos europeus. E tudo que importávamos da África eram negros. Eles pagavam as contas com a produção brasileira com quinquilharias, mas entre isso e um mercado consumidor nacional estável existe um abismo.

Depois da corte britânica, as primeira mulheres a irem às urnas em sufrágio universal foram as neozelandesas, em 1893. Na Inglaterra, muitas da mulheres que lutaram pelos direitos humanos de um país que nunca conheceram já estavam mortas e no suco da pele quando suas filhas e netas puderam ir às urnas em 1918, no fim da Primeira Guerra Mundial.

Nossos historiadores não citam as mulheres inglesas. Provavelmente, eles estão saindo do butequim mais tarde que o habitual. Mesmo assim, obrigado, laides! Vocês tornaram nosso país mais humano.

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Recomendo dois livros sobre o assunto:
Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, Leandro Narloch

The Subjection of Women, John Stuart Mill

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