sexta-feira, 20 de maio de 2011

A Crise da Meia Idade e o Ensino Superior

Conviver com a crise da meia idade é algo insuportável. Mais insuportável para quem não está na crise da meia idade, mas é obrigado a conviver com a crise dos outros. Com a popularização do Ensino Superior, as faculdades estão abarrotadas de homens e mulheres "cheios de energia" ou "no pico da produtividade". É natural. A estimativa de vida sobe. Isso é bom. Ruim é não saber envelhecer.

As mulheres são as piores. Elas têm um senso maternal insuportável e... privado! Não compreendem que sociedade não carrega o ônus da culpa. Não compreendem que a maternidade não faz de alguém especial. E, se fizesse, isso não seria passaporte automático para a gratidão do resto da humanidade.

O país está envelhecendo. Tudo mundo se acha cheio de amor para distribuir. Ficar ensinando os netos a andar de bicicleta ou cozinhando quitutes não é mais a tarefa dos avós cools. O negócio é parecer saudável. E ficar esfregando a mão no gato, depois do almoço, é coisa de gente do século passado.

Mesmo que você passe 20 anos sem abrir um maldito livro, ou mesmo que nunca tenha aberto um livro na vida, poderá entrar no ensino superior público ou privado desse país. Como os cursos de medicina, engenharia ou outras áreas imeditamente mais rentáveis são mais disputados, os vovós acabam escolhendo as faculdades de ciências humanas. Foi-se nossa tranquilidade. O cara passou a vida inteira dentro de um escritório de contabilidade fazendo balancete e resolve "filosofar" aos 50 anos de idade. Tenho sorte de minha família ter um senso de razoabilidade. A quantidade de cinquentões nas aulas de pedagogia, antropologia, história cresce proporcionalmente ao número de netos leitores de Crepúsculo que são agregados aqueles bandos da Redenção em Porto Alegre.

Como já disse um mago: "Entrar é fácil. Sobreviver a uma prova do João é praticamente impossível". A sorte dos estudantes não-aventureiros das áreas humanas sérios são as navalhas de Ockham (se você não sabe o que significa procure num dicionário de Filosofia. A explicação da Wikipedia é impraticável). Assim, dependemos da bem-aventurança de professores iluminados e munidos de suas canetas implacáveis, prontos para reprovar o grande nicho de deslocados e não permitir que eles passem do terceiro semestre. Isso, em geral, é algo típico das instituições públicas. Afinal, sabemos que nos bancos privados os professores estão orientados a reprovar apenas em casos de extrema necessidade moral, para salvar a dignidade de uma determinada disciplina.

Bom. Resta-me torcer para que a idade de ficar passando a mão no gato e dormindo depois do almoço se aproxime sem maiores complicações mentais.

Ninguém tem o direito de não se sentir ofendido.

4 comentários:

João Mezzomo disse...

Ou seja, o “articulista” queria a reserva de mercado da filosofia para ele. O cara fala mal do serviço público, mas depende de verbas públicas, e pelo visto gostaria também de ter um monopólio. Quem sabe a mamãe não vem defender o mercado que está infestado de "tios"......hahahaha.....
Essa é boa. Logo na filosofia. Não faça isso com a filosofia, por favor........Agora entendi por que blog do capeta....É uma ignorância “dos inferno”....hahaha....
Mas não esquenta, sempre sobra alguma coisa, mesmo pros mais burrinhos. Vai sobrar algum jornal do interior pra ti. Aí tu vais ter um público cordato, que vai ler essas asneiras com aparência de cultura e vai fazer cara de intelectual.......Deus nos acuda......hahaha....
E pelo seu jeitão meio “enfant terrible” das grotas, meio revoltado com as mulheres, imagino que você vai querer também ficar “esfregando a mão no gato”.....Vai fundo, não se reprima....Os tempos são de compreensão também para o seu caso...

Everton Maciel disse...

Mezzomo, ninguém aqui depende de 'verba pública' alguma. Escrever um texto desses é como comentar ele. Não dá trabalho nenhum. Muito menos dinheiro. Faço do celular entre uma coisa e outra. Tu precisas é de um grupo de bingo. Infelizmente, esse tipo de entretenimento é estelionato. Quem sabe um grupo de jogadores de damas... Ninguém te obriga a entrar em blog nenhum. Se entras e isso altera teu humor: prato cheio pra um psiquiatra. Não te conheço, não quero te conhecer e ficaria muito irritado com você, se sua existência tivesse alguma relevância prática.

Anônimo disse...

Pelo jeito, você tem alguma coisa contra os "vovôs" que estudam.Deve ser algo pessoal.Não gosto do jeito que você escreve; é agressivo. Então, tabém serei com você.Um dia você vai ser velho e vão falar o mesmo de você.Dane-se você, então.

Anônimo disse...

O problema não é ser "velho", "ter mais de 50" ou a "tia com senso maternal inesgotável". A questão é: quando se entra num curso superior você assume compromissos, são leituras, trabalhos, provas, seminários e por aí vai...Mesmo quem queira, ou faz, um curso por Hobby deve estar consciente disso. Na prática parecem que não, e isso atrapalha, e muito, quem leva a sério o curso. Pois a choradeira ou as divagações sobre a vida deveriam ficar em casa, talvez num bar, mas não numa sala de aula. Lucas