sexta-feira, 8 de maio de 2009

Economia: passando a semana a limpo

Jonas Diogo, de Horizontina, RS

RECUPERAÇÃO? - Alguns sinais e previsões indicam que podemos estar próximos de superar a recessão econômica causada pela crise financeira mundial?! Por exemplo: Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a América Latina e o Caribe devem retomar o crescimento na segunda metade deste ano, enquanto as economias mais avançadas deverão começar a crescer no meio de 2010. A solidez do sistema financeiro é o principal antígeno da América Latina contra a crise.

RECUPERÇÃO(2)? - As exportações do agronegócio em moeda nacional registraram alta de 24,4% em abril, se comparado com o mesmo período do ano passado, totalizando vendas de R$ 12 bilhões, contra R$ 9,7 bilhões, em 2008. As importações apresentaram crescimento menor, 13,1%, passando de R$ 1,3 bilhão para R$ 1,4 bilhão. Isso ajudou a balança comercial fechar o mês com saldo positivo de R$ 10,5 bilhões.

METAL-MECÂNICO - Como era previsto em função da crise financeira, o mês de abril foi menos favorável às vendas de máquinas agrícolas do que o mesmo mês de 2008. As vendas de colheitadeiras recuaram para 1130 unidades neste ano, 30% menos do que no ano passado. As de tratores estão estáveis, em 12 mil unidades, favorecida por programas oficiais como o “Mais Alimentos” do Governo Federal. Os dados são da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotoeres.

CONSUMIDOR - Uma das transformações certas da crise é uma mudança profunda nos hábitos de consumo. Com menos dinheiro no bolso e assustados com a possibilidade verem sua renda reduzir ainda mais, os consumidores estão deixando de acreditar nas marcas, e olham com ceticismo a publicidade. Resultado disso é que o consumo das chamas marcas próprias (aquelas que só são vendidas dentro das próprias redes e a produzem) não para de crescer desde o inicio da crise.

CONSUMIDOR (2) - Este consumidor, na crise (e possivelmente no pós-crise também), tem três características básicas: é cauteloso, é desconfiado, e menos impulsivo. Em conseqüência disto, custa ceder às ofertas do mercado. O consumidor está mais focado na funcionalidade dos produtos e tende a comparar preços baseando-se nisso. As características desse novo consumidor foram o tema central do 18º Congresso de Marketing realizado recentemente no Chile.

SECA NO SUL - Os prejuízos no agronegócio gaúcho com a seca chegam a R$ 1,7 bilhão. Na soja, as perdas superam R$ 1 bilhão. De acordo com a Emater, as perdas na soja são de 10%; e, no milho, de mais de 20%. A produção de leite caiu pela metade. Na região Noroeste, fronteira com a Argentina, a principal bacia leiteira do Estado, a queda na produção leiteira é superior a 60%.

A PROPÓSITO - Quando é que o Estado agirá com relação à seca na região Noroeste? Até agora, só cestas básicas e muita promessa. O projeto de irrigação, aquele mesmo que a Yeda prometeu em campanha, até agora, nada! E tem até secretaria específica para isso. Acomodar companheiros é fácil. Difícil é fazer a coisa funcionar.

PIOR PRA ELES - A pressão das indústrias de lácteos deu certo e o Brasil firmou um acordo com a Argentina para limitar a entrada de leite em pó do país vizinho no mercado interno nacional. Antes tarde que mais tarde, já diz a expressão. Mas o estrago já está feito por aqui. Acontece que, desde novembro de 2008, o leite em pó argentino entra no Brasil ao preço de R$ 4,80 por quilo, bem abaixo custo de produção, no Brasil. Pior pros argentinos que estão em dificuldades no setor do agronegócio em função da seca e da política da senhora Kirchner. Aquela mesma que muitos argentinos querem trocar pelo Lula.

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