Robert Stoner Schuan, colunista de moda do Capeta
Zeca Baleiro aparentemente encarecou. A cachola do artista, nos últimos tempos, está bem protegida por um chapeuzinho fashion - até chapeuzinho xadrez, de camelô, fica bem transado quando o Baleiro usa.
O vendedor de doces mais chique do Brasil – como diz Everton Maciel – ainda tem caramelos para crianças ávidas por um som maneiro. "Coração do homem bomba I e II", seus últimos álbuns, mostram o fôlego do artista em sua tradicional versão acido lírica. O mais importante é que ele já ajudou os amigos: “Bienal” é, quem sabe, o melhor dueto que Zé Ramalho conseguiu descolar até hoje; “Proibida pra mim” rendeu uns bons direitos autorais pro Charlie Brown Jr; e, no “Coração I”, o André Abujanra teve sua alma colorida que não tem cor repintada pelo doceiro.
Tem cabeça que só serve pra segurar cabelo, não é o caso do baleiro. Antes que Zeca se torne um MPBista intocável que não suporta piadinhas capilares, e deixe de ser um legítimo “Filho da Veia” que quando não tem “Moët Chandon” cachaça vai tomar. Eu vou pra Babilon. Tchau!
Ouça "Bola dividida":
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