Everton Maciel, de Pelotas
O provincianismo é uma das seqüelas mentais que mais combato. Daqui a cem anos, meus admiradores me conhecerão como o caçador de provincianistas. Minha mágoa deve ser ativada porque sou gaúcho e obrigado a conviver com as burrices ditas e feitas pelo bairrismo mais maluco que já vi.
Isso me faz ter vergonha de ser gaúcho.
As pessoas pensam que esse é o melhor lugar do mundo, que as coisas feitas aqui são mais importantes e que a “cultura da nossa gente” é a mais “rica dos quatro costados”.
Vou contar um segredo: não existe nenhuma justificativa lógica para que um lugar seja melhor que outro baseado, simplesmente, no fato de ser aqui, e não ali, onde eu vivo.
Um desses exemplos de bairrismo sem sentido está sendo retratado hoje pelos principais jornais do Estado: a estátua do laçador será adotada por um grupo francês, que ficará responsável pela manutenção do sítio de um dos "maiores símbolos dos gaúchos”. Junto com o benefício vem também uma placa publicitária dos franceses, lógico. Ou algum socialista faz alguma coisa de graça? Não. Então, por que o capitalista deveria fazer?
A lista de manifestações indignadas pela adoção pode ser vista no site do jornal Zero Hora.
Para não ser processado por exercício irregular da profissão, deixarei a análise individual do caso para os psiquiatras.
Minha questão é mais simples: onde estavam os empresários do Rio Grande do Sul quando a proposta da parceria entre o governo de Porto Alegre e a iniciativa privada foi colocada à disposição? Dançando em algum CTG ou tomando chimarrão?!
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