terça-feira, 22 de julho de 2008

Caiga quein Caiga

Everton Maciel, de Pelotas


O programa Custe o Que Custar, vulgo CQC, da Band, é a melhor invenção jornalística dos últimos 10 anos. Trata-se de uma charge televisiva que coloca atores, humoristas e jornalistas no mesmo saco, e faz uns se confundirem com os outros. Jornalismo plural, intelectual e despreocupado com as sacanagens da erudição acadêmica é feito desse jeito: com honestidade. (Acompanhe a briga do Capeta pelo fim do jornalismo universitário e da obrigatoriedade de formação específica para o exercício da profissão)

Se a idéia foi boa, logicamente, não pode ter nascida no Brasil. A importação veio da Argentina, junto com alguma carga contrabandeada de vinhos de Mendoza. No país vizinho, o original, Caiga Quien Caiga, é um sucesso mais modesto. Os argentinos têm no repórter Pelado a principal atração do programa. Dessa vez, o Brasil foi uma espécie de Japão, importou a tecnologia, aperfeiçoou e vendeu mais caro. Deu certo.

O CQC espanhol não deu tão certo quanto o brasileiro. O humor ácido dos europeus não é considerado relevante do ponto de vista das pautas. Resume-se a invasão de festas e azucrinação com as celebridades locais. No velho continente, o programa tem a cara do Pânico na TV. Uma porcaria.

O telespectador brasileiro estava precisando de repórteres sem-vergonha, que coloquem a cara no Congresso Nacional, em festinhas particulares e eventos públicos perguntando o que precisa ser perguntado para figuras como José Genuíno, Marta Suplicly e Daniel Dantas. Há quem argumente: mas eles não respondem? E daí?! A primeira lição das aulas de Filosofia é aprender a perguntar. Frente às perguntas, as respostas não são secundárias cronologicamente à toa.

Um comentário:

Anônimo disse...

Enquanto alguns acham graça nas bundas dançantes do pânico, prefiro o CQC e seu humor inteligente. Realmente, um bom programa.
Beijos!