Para dar uma satisfação aos leitores afoitos, que ameaçaram fazer greve de fome se a Ana Zyk não voltasse a publicar seus contos no Capeta, a justificativa é a seguinte: a moçoila migrou de Sorriso para Lucas do Rio Verde, ambas cidades do Mato Grosso. Assim que ela reorganizar a vida, voltará às escritas mais artísticas que jornalísticas. Por enquanto, podemos observar a situação na nova cidade, tendo, através das reportagens da Zyk, um bom panorama desse canto do Brasil tão recheado de gaúchos. Agradecemos, também, a TV Conquista, nova casa profissional de Ana Zyk, que permitiu as publicações.
Alta demanda populacional deixa aluguéis mais caros em Lucas do Rio Verde
Grande procura vai de encontro à baixa oferta de imóveis fazendo com que novos moradores enfrentem maratona na hora de procurar um lugar para morar
Lucas do Rio Verde é hoje sede do maior frigorífico de aves e suínos da América Latina. Em volta da cidade surgem outras indústrias que abastecem o ramo, cresce o comércio e conseqüentemente atrai muita mão-de-obra. Nessa direção, caminha o município, que está em fase de crescimento. No entanto, o aumento da população estabelece um panorama diferenciado para um novo mercado: o imobiliário. “A demanda, ou a procura de imóveis é muito grande sendo que a oferta é pequena, fazendo com que o preço dos imóveis seja muito elevado para uma cidade com 40 mil habitantes”, analisa o corretor imobiliário Silvano André Gleser.
A evangélica Maria Aparecida Xavier e seu marido já estão em Lucas há quatro anos em função de sua religião. Ela conta que sempre tiveram que ficar em casas de outras famílias por não encontrar imóveis vagos e quando encontravam eram caros demais. Atualmente o casal mora em uma kitnet com três peças, cujo preço equivale a R$ 300. “Conseguimos essa kitnet por providência divina, porque nunca encontramos um lugar tão difícil de achar casa como aqui em Lucas. Conhecemos várias famílias que dividem uma casa só”, esclarece Maria.
A média do aluguel em Lucas é de R$ 600. “Essa é uma média de cidades grandes”, destaca Silvano. Ele também afirmou que “enquanto a cidade continuar em crescimento e forem surgindo indústrias, trazendo mais gente, os preços dos aluguéis continuarão altos. Isso deve se manter durante dois ou três anos. Lucas sofre, hoje, o que o município de Sorriso passou há cinco anos atrás”, alega Silvano. Na imobiliária em que trabalha, a procura por dia de locação é de 10 a 15 pessoas, sendo que no momento, segundo Silvano, não há nenhum imóvel disponível. E para a venda a procura é de cinco a 10 pessoas diariamente, “e os imóveis disponíveis são caros”. Cerca de 90% dos locadores ficam em média seis meses em um imóvel. Como no caso da esteticista Francieli Martinazzo, que veio da cidade de Toledo, no Paraná, e atualmente mora no Bairro Bandeirantes. Ela também teve dificuldades para achar uma casa e agora está procurando “uma nova e maior, porque faço minha clínica de estética onde moro daí preciso de mais espaço”, relatou.
Loteamentos
O grande número de loteamentos surgindo é outro demonstrativo do crescimento da cidade em função das indústrias instaladas. Silvano relatou que a imobiliária lançou, no período de um ano, três loteamentos e o último, que fica próximo a uma universidade, já está com 80% de seu espaço vendido, ou seja, a oferta, na primeira etapa, foi de 300 lotes e 250 foram vendidos no período de oito meses. Isto equivale a um terreno por dia. “Lucas atrai um grande número de investidores, que aplicam milhões na construção de loteamentos. E cujo investimento retorna quase que instantaneamente, pois não precisa esperar ficar pronto para vender. A venda já vai acontecendo antes mesmo de ficar pronto”, informou Silvano.
De olho nas necessidades do mercado
Outra realidade de Lucas do Rio Verde é a de moradores, atentos às necessidades desse nicho, aproveitam a grande demanda do mercado imobiliário e a baixa oferta para aumentar a renda familiar. É o caso de Denise Albrecht Furini e sua família que dividiu sua própria casa em cinco pequenas kitnet´s. “Estamos aqui há dez anos e, quando começamos a construir esta casa, fizemos um financiamento. Para ajudar a pagar o financiamento construímos umas peças a mais e a transformamos em kitnet´s”, demostra Denise.
3 comentários:
gostei da reportagem, esclareceu pra mim, um pouco da situação de aluguel que se encontra Lucas do Rio Verde. Estou pretendendo ir trabalhar lá na Sadia, e estou preocupado com a parte de aluguel.
Mais gostaria de saber qundo foi esta reportagem?
Essa matéria foi confeccionada na mesma semana em que foi publicada: quinta-feira, 19 de Junho de 2008
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