Júnior Grings
Andei meio afastado do Capeta nos últimos dias. “Andei” pressupõe que não estarei afastado nos próximos dias. Todavia, essa é uma certeza que não tenho. Meu afastamento aconteceu por motivos profissionais, exponenciados pela faculdade e por outras atividades paralelas. Sempre me detive a várias atividades, mas nunca dei conta de uma só plenamente. Isso já faz parte de mim. Mas O Blog realmente merece mais atenção.
Na semana passada, acabei indo até a capital dos gaúchos, minhas estadas em Porto Alegre sempre são peculiares. Posso passar poucas horas, mas sempre passarei por situações inusitadas. Curioso.
Grandes centros urbanos mechem sensivelmente com a minha pisque. Sou um típico cidadão interiorano, mas não é esse o problema. Nunca tive problemas desse tipo em nenhuma outra cidade do país. O Problema é justamente a cidade. Não que eu não goste da capital do meu Estado, pelo contrário sou um grande admirador dos seus encantos.
Bueno, como diria o gaúcho, vamos aos fatos: estava eu na Avenida Érico Veríssimo, bem próximo do prédio do Zero Hora. Terminando o cigarro, para tocar o interfone de um prédio, quando um sujeito me aborda e começa um longo discurso. A conjugação verbal e a imponência contextual do cara erra espetacular, só não conseguia saber do que se tratava o assunto. Ele não parava de falar, aumentava o tom da voz gradativamente, chamava a atenção de todos que iam passando por ali naquele começo de manhã. Qualquer outra pessoa teria passado batido pelo cara, mas eu não. Titubiei uma indagação, no entanto não tive oportunidade de fazê-la, quando dei por mim meu amigo relâmpago meu apertou a mão e disse: “Quanto mais veados pelo mundo, mais mulher para nós dois”. E saiu, fiquei com a mão estendida, petrificado com várias pessoas desconhecidas me olhando. Isso não deveria importar, mas como sou um cidadão interiorano fiquei envergonhado e disse para mim mesmo: é... estou em Porto Alegre.
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