Júnior Grings
Nas profundezas apocalípticas da maresia intelectual, tendo produzir algo que possa ser lido pelos, sempre pacientes, atentos e bem-aventurados, leitores do Blog do Capeta. Minha chatice está insuportavelmente, querendo sair de mim, a leitura de Freud está me irritando. Mas, como isso aqui não é um diário de adolescente (ao menos é isso que o Everton declara volta e meia), falarei de algo que me parecer ter uma utilidade mínima: a diferença do pensamento coletivo e do pensamento universalizado. Achamos, por hábito, que não se têm diferenças nessas duas formas de pensar.
Entretanto, comentemos um pecado capital quando não as diferenciamos. Sempre que pensarmos em idéias coletivas, precisamos, invariavelmente, mentalizar que todas as pessoas que constituem o coletivo abrem mão de suas idéias pela idéia do conjunto. A premissa primeira, e única, para fazer parte do todo é essa alienação ao todo. Logo, em um coletivo, não podemos ter mais do que uma idéia. Se alguém, por ventura, resolver pensar de maneira diferente será automaticamente colocado de fora, pois estará deixando de contemplar aquilo que o grupo quer.
Agora, quando universalizamos um pensamento, não estamos estabelecendo a premissa do pensamento único. Trata-se apenas de um consenso. As idéias dos indivíduos estão sempre construindo uma melhor universalização das idéias. Claro que uma idéia sempre prevalecerá, mas não será o pensamento que sustentará a união do conjunto, será a pluralidade, ao contrário do coletivo, onde é o pensamento único que sustenta o todo.
A universalização nunca terminará na absolutização do pensamento, pois as idéias sempre estarão em um movimento. Todavia, no coletivo, não pode haver um movimento de idéias, e o absoluto é inevitável.
Um comentário:
Vc precisa publicar um texto teu na revista Afinal.
Muito bom!
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