terça-feira, 4 de março de 2008

Diário do Sul - parte V

Everton Maciel

O lado bom de viver em uma cidade maior é a facilidade de comunicação. As coisas estão mais próximas. Aqui, em Pelotas, qualquer subúrbio tem internet. E as opções são mais amplas. Tem internet interligada com telefone e TV a cabo. Internet ADSL (normal para quem já tem telefone). Internet sem fio para quem usa note book... tem de tudo e para todos os bolsos. Isso diminui as distâncias no século 21.

Mesmo assim, é estranho improvisar uma mini-redação em um lugar estranho (foto). Já trabalhei em estações rodoviárias. Escrevi texto cobrindo julgamentos intermináveis, sentado em bancos de fóruns, já cobri ataques de quero-quero em praças e, inclusive, passei boletins dentro de potreiros, entrevistando vacas. Mas estar num lugar inóspito, distante do seu lar, é diferente. Se você se perder, está perdido. Não conhece ninguém que pode lhe socorrer. Meu senso de localização é um caos. Cheguei a algumas conclusões que podem ser transformadas em orientações para qualquer pessoa em lugares desconhecidos:

a) Quando chegar à rodoviária apenas solicite ajuda do carregador se você, realmente, não tiver como transportar toda sua tralha com as próprias mãos. Nuca dê menos gorjeta do que o carregador merece. Nunca dê mais gorjeta do que o carregador merece.

b) Taxista que não puxa conversa, não é taxista. Pode ser um alienígena disfarçado. Perca o telefone dele imediatamente e procure um taxista de verdade na próxima corrida.

c) Sempre que for pedir uma informação, faça isso se dirigindo a alguém que está trabalhando. Um desocupado de terno é muito menos informado que um gari. Se você enxergar um carteiro pode explorar muitas informações úteis.

d) Não é preconceito é sério: mulheres são mais desorientadas que os homens. Dão explicações confusas e, às vezes, fazem você se sentir mais perdido do que já está. Procure se informar com homens.

e) Por outro lado, homens são imprestáveis para atendimento burocráticos. Sempre que ver uma mulher e um homem atrás do balcão de um hotel ou prestando atendimento ao público em órgãos governamentais, dirija-se à mulher. Ela pode ser menos prática, mas é mais atenciosa e a possibilidade de erro é muito menor.

f) Se você não conhece o restaurante e não vê nenhuma placa indicando proibição, sempre pergunte para o garçom se pode fumar. Evite desconforto.

g) Sempre é permitido fumar em botecos. Boteco que não permite cigarro não é boteco é igreja! Procure outro ambiente.

h) Se estiver dirigindo um veículo e parar para pedir uma informação a um pedestre, não esqueça de acrescentar a sua frase “como eu faço para chegar DE CARRO...” Provavelmente, o pedestre não lhe orientará a entrar na contramão em algum lugar.

i) Cuidado. Atenção às placas de trânsito.

Você pode pôr em dúvida muitas dessas orientações, mas garanto que elas foram feitas depois de muitos momentos de constrangimento.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito boa a serie diario do sul, isso pode virar um livro...
Se ninguém quiser editar a coopercultura pode abraçar a idéia...

Gr. abraço a todo os blogueiros do capeta

Jonas