Júnior Grings
Enquanto os últimos pingos de chuva caíam sobre meu corpo, buscava razões em meio aos meus remorsos. Passei a deixar as lembranças de lado, como se estivesse pedindo para a chuva tomar conta. Meu ar disperso possivelmente provocava a curiosidade de quem ia passando na rua, mas isso, não tinha significado algum.
A música que tocava em minha cabeça não vinha de lugar algum, era tão suave que meus ouvidos pouco, ou nada, a percebiam. O ritmo era estranho, mas faziam uma perfeita harmonia com a chuva. Podia sentir o frio, a água e o vento, embalados pela música, tomarem conta de mim.
Enquanto esperava o fim de tudo, implorava por mais alguns minutos. Algumas lembranças estavam em uma guerra de insistência, imploravam para permanecerem em mim. No fundo, era eu que as segurava, mesmo sem saber por quê.
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