segunda-feira, 2 de abril de 2007

Quem mata e chora no velório

Jonas Silva

Se você vai a Porto Alegre é bom que reserve um tempo para visitar os hospitais da Capital do Estado. Dentro da impossibilidade de visitar todos, pelo menos um pode ser acompanhado. Não estou falando em visitar os pacientes de todo o Estado que lá estão. Mas claro, quem tiver tempo e muita disposição para a maratona, lhe garanto que estará fazendo um bem.

Quero mesmo que você visite os estacionamentos dos hospitais e verifique o congestionamento de ambulâncias. Veículos vindos de todos os municípios do Rio Grande do Sul trazem pacientes para receber atendimento especializado. A conclusão é obvia. Faltam especialidades médicas no interior. Os municípios, por sua vez, praticam a ambulância-terapia. Se observarmos a situação dos hospitais filantrópicos da maioria das cidades do interior veremos um retrato real da precariedade das casas de saúde.

Diante disso, o que peço é uma reflexão sobre os fatos ocorridos há pouco tempo e acompanhados pela imprensa estadual. Como sabemos, deputados federais e estaduais foram denunciados pelo Ministério Público por fazerem captação de votos com a utilização de albergues que abrigam familiares e pacientes em tratamento de saúde na Capital. Os parlamentares utilizam esses mecanismos para garantir suas eleições às casas legislativas, convencendo os menos esclarecidos que estão fazendo caridade ao oferecer o suposto “serviço gratuito”.

Como não sou de pipocar e ficar encima do muro, tenho uma posição muito clara sobre esse tipo de político: São elementos que, na ausência de um projeto claro, partem para um jeito baixo e repugnante de fazer política. Ao invés de trabalharem para que os hospitais públicos do interior do estado tenham condições de acolher os doentes com dignidade optam por manter um esquema de corrupção do tipo “mata e chora no velório”.

Um comentário:

Anônimo disse...

parabens pela sua posição correta e visão clara. só a imprensinha marrom finge que não enxerga.